Novas ferramentas digitais estão transformando a forma como o voluntariado se organiza e se conecta nas comunidades de fé.
A palestra “Acolher no Digital: Tecnologia a Serviço do Encontro e da Proximidade”, ministrada por Rogério Rodrigues, propõe uma nova forma de olhar para os meios digitais nas paróquias. A ideia é clara: usar a tecnologia não como fim, mas como ponte. Uma ponte que conecta agentes pastorais, músicos, coordenadores e fiéis a um propósito comum — servir com mais consciência, clareza e presença.
O voluntariado no Brasil tem raízes profundas na tradição cristã, sendo expressão de cuidado, solidariedade e serviço ao próximo. Desde os primeiros momentos da história do país, a Igreja Católica teve papel central nesse movimento, marcando presença nos serviços de saúde, na educação e no amparo aos mais vulneráveis.
“Não podemos desvincular a palavra voluntário da Igreja Católica, ela está ligada umbilicalmente. Esse voluntariado era uma forma de estabilizar os primeiros conflitos, e hoje mantém os resquícios da influência cristã de forte teor católico”, provocou Rogério.
Hoje, com os desafios das grandes cidades, da correria do dia a dia e da descentralização das comunidades, a tecnologia surge como aliada para fortalecer a proximidade entre quem serve e quem é servido. O digital não substitui o humano, mas pode facilitar o encontro, o diálogo e a organização de ações concretas de amor ao próximo. “Para eliminar essa burocracia e para que a pessoa tenha mais tempo para voluntariar, precisamos dessa tecnologia”, destacou.
Ferramentas como o aplicativo Voluts mostram, na prática, como isso é possível. Escalas automatizadas, comunicação integrada, acompanhamento das atividades e valorização do agente voluntário são algumas das formas de aplicar a tecnologia para acolher melhor e evitar o desgaste de quem se dedica com amor. “Essa tecnologia pensa a solução do balcão da secretaria para fora, para acompanhar a jornada do agente”.
Mais do que organizar tarefas, o uso consciente da tecnologia no voluntariado representa um cuidado pastoral com os próprios cuidadores: “O voluntário da paróquia vai pra guerra contigo, então tem que cuidar”, afirmou Rogério. Trata-se de um passo importante para tornar as comunidades ainda mais vivas, acolhedoras e próximas — tanto no físico quanto no digital.





