Pasteladas, bingos, rifas e jantares. Quem atua na vida paroquial conhece bem a energia e a dedicação que os agentes de pastoral empregam para organizar eventos de arrecadação. O objetivo é nobre: garantir a sustentabilidade da comunidade, pagar as contas e viabilizar a ação evangelizadora. Mas, e se essa busca incessante por recursos estiver, na verdade, desviando o foco da nossa principal missão?
Recentemente, notícias como a da Diocese de Guaxupé (MG), que suspendeu bingos e rifas após recomendação do Ministério Público, acenderam um alerta importante. Além dos riscos legais, essas práticas podem mascarar um problema mais profundo: a fragilidade de uma Pastoral do Dízimo que ainda não descobriu sua força evangelizadora.
É hora de questionar: estamos construindo uma comunidade sustentável sobre a rocha da sustentabilidade evangelizadora consciente ou sobre a areia de eventos pontuais?
O foco desviado: Quando a arrecadação ocupa o lugar da evangelização
O tempo e o talento dos nossos agentes de pastoral são preciosos. Quando uma equipe passa semanas planejando a logística de um bingo – buscando prendas, vendendo cartelas, organizando o evento –, quanto tempo sobra para o anúncio do querigma, formação, para a visita aos dizimistas afastados ou para a conscientização sobre o sentido bíblico da partilha?
O perigo é transformar a paróquia em uma “instituição promotora de eventos”. O foco se desloca da conversão do coração para a venda de um produto. Com isso, corremos dois riscos:
- Cansar os agentes: A sobrecarga de atividades operacionais, muitas vezes com resultados financeiros incertos, gera esgotamento e frustração, afastando voluntários que gostariam de contribuir com a evangelização.
- Educar mal a comunidade: Ao condicionar a ajuda financeira a um prêmio ou a um evento, ensinamos que a contribuição é uma troca, e não um ato de fé, gratidão e pertença à comunidade. A mensagem que fica é: “ajude para ganhar algo”, e não “participe porque esta é a sua Igreja”.
O caminho seguro e fiel: A organização da Pastoral do Dízimo
A alternativa para a dependência de eventos e para os riscos legais não é um mistério, mas exige uma mudança de mentalidade. O caminho mais seguro, sustentável e, acima de tudo, mais evangelizador é priorizar a organização da Pastoral do Dízimo.
Uma pastoral bem estruturada não é apenas um “caixa” da paróquia. Ela é o coração da sustentabilidade evangelizadora. Isso se traduz em quatro pilares fundamentais:
- Formação contínua: Os agentes precisam ser os primeiros a compreender que o dízimo é uma experiência de fé. Formar a equipe sobre a teologia da partilha é o passo inicial para que eles possam formar a comunidade.
- Planejamento estratégico: A pastoral precisa de um plano de ação claro. Quais serão as campanhas de conscientização do ano? Como os novos dizimistas serão cadastrados e acolhidos? Como a comunidade será informada sobre a aplicação dos recursos?
- Acolhimento que conquista: A experiência com Deus, o anúncio do querigma deve ser uma prioridade. Só assim a comunidade cresce não só no recurso financeiro mas também no número de pessoas.
- Comunicação transparente: Prestar contas de forma clara e criativa não é apenas uma obrigação administrativa, mas um ato evangelizador. Mostrar onde o dízimo se transforma em missão, caridade e culto fortalece a confiança e incentiva a participação.
Abandonar a mentalidade dos “eventos de arrecadação” como principal fonte de sustento é um ato de coragem e de fé na Providência Divina, que age por meio da consciência dos fiéis. É uma decisão por uma pastoral mais madura, consciente e evangelizadora.
Investir na organização da Pastoral do Dízimo é investir na própria missão da Igreja. É parar de “correr atrás do prejuízo” com soluções paliativas e começar a construir uma cultura de partilha que liberte os agentes para o que eles fazem de melhor: evangelizar.
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