O uso da IA na evangelização tem dado o que falar e dividido opiniões! Isso porque alguns se mostram totalmente contra ao seu uso e outros se mostram favoráveis e até já arriscam alguns passos. E como diz o Papa Francisco em sua mensagem para o 58º Dia Mundial das Comunicações Sociais, essa invenção “suscita um espanto que oscila entre entusiasmo e desorientação”.
Contudo, é inegável que a IA, com sua capacidade de aprender, raciocinar e tomar decisões, está revolucionando diversos setores da sociedade. Da medicina à indústria, da educação ao entretenimento, a IA está presente em nosso dia a dia, transformando a forma como vivemos e interagimos. E são muitas as possibilidades!
Mas como essa tecnologia pode contribuir para a evangelização? E como podemos conectá-la com a fé e a evangelização?
Leia até o fim para descobrir!
IA na evangelização: o que é Inteligência Artificial?
Em termos simples, a IA é a simulação de processos de inteligência humana por máquinas, especialmente sistemas de computadores.
E esses sistemas são projetados para realizar tarefas que normalmente exigem inteligência humana, como: aprender, reconhecer padrões, resolver problemas e tomar decisões.
Porém, engana-se quem pensa que a IA é uma invenção dos dias atuais. Na verdade, ela é resultado de um longo processo de desenvolvimento e evolução. E suas raízes remontam a séculos atrás, com filósofos e matemáticos ponderando sobre a possibilidade de criar máquinas capazes de pensar.
Portanto, os primeiros passos aconteceram no século XVII: os filósofos René Descartes e Gottfried Wilhelm Leibniz discutiam sobre a possibilidade de criar máquinas que imitassem o pensamento humano. No século XIX, outros trabalhos também deram passos importantes para o desenvolvimento da IA, como: a invenção do computador mecânico, por Charles Babbage, e os trabalhos de George Boole sobre lógica matemática.
Já no século XX, Warren McCulloch e Walter Pitts criaram o primeiro modelo computacional para redes neurais, em 1943, um dos pilares da IA moderna. E em 1956, John McCarthy cunhou o termo “inteligência artificial” e organizou a Conferência de Dartmouth, que marcou o início da pesquisa formal em IA. Logo, nas décadas seguintes houve avanços significativos, mas também períodos de desinteresse e escassez de recursos, conhecidos como “invernos da IA”.
Contudo, em 1980, o desenvolvimento de sistemas especialistas e o aumento da capacidade computacional voltaram a impulsionar a IA. E a partir do ano 2000, avanços em algoritmos de aprendizado de máquina, big data e poder computacional permitiram que a IA alcançasse novos patamares. Por isso, atualmente, a IA está presente em diversas áreas, como reconhecimento de voz, visão computacional, processamento de linguagem natural e até veículos autônomos.
A IA como ferramenta para a Evangelização
A Igreja Católica, atenta às transformações do mundo contemporâneo, busca incorporar as novas tecnologias em suas atividades. Isso porque reconhece o potencial da IA como uma ferramenta poderosa para a evangelização.
Inclusive, o Papa Francisco tem destacado a importância de utilizar as ferramentas digitais para evangelizar. E naquela sua mensagem que já citamos aqui, ele mencionou que, de fato, “os sistemas de inteligência artificial podem contribuir para o processo de libertação da ignorância e facilitar a troca de informações entre diferentes povos e gerações. Por exemplo, podem tornar acessível e compreensível um patrimônio enorme de conhecimentos, escrito em épocas passadas, ou permitir às pessoas comunicarem em línguas que lhes são desconhecidas”.
Logo, quando falamos sobre IA na evangelização, trata-se de enxergar nessa tecnologia uma oportunidade para ampliar o alcance da mensagem de Jesus Cristo. Sendo assim, a IA pode ser utilizada para:
- Personalização da mensagem: Cada pessoa é única e possui suas próprias necessidades espirituais. E a IA pode ajudar a personalizar a mensagem evangelizadora, tornando-a mais relevante e eficaz para cada indivíduo.
- Acesso a conteúdos religiosos: Através de aplicativos e plataformas online, a IA pode facilitar o acesso a conteúdos religiosos, como a Bíblia, Catecismo, homilias e orações.
- Comunicação mais eficaz: A IA pode ser utilizada para criar ferramentas de comunicação mais eficientes, como chatbots que podem responder a perguntas sobre a fé, ou plataformas de redes sociais que conectam pessoas com interesses religiosos semelhantes.
- Tradução de conteúdos: A IA pode ser utilizada para traduzir conteúdos religiosos para diferentes idiomas, facilitando a evangelização em um mundo cada vez mais globalizado.
- Análise de dados: A IA pode analisar grandes volumes de dados para identificar as necessidades das pessoas e direcionar os esforços evangelizadores de forma mais estratégica.
IA na evangelização: desafios e oportunidades
A utilização da IA na evangelização apresenta tanto desafios quanto oportunidades. Sendo assim, é fundamental que a Igreja ou aqueles que trabalham com a evangelização utilizem essa tecnologia de forma ética e responsável. E sempre respeitando a dignidade humana e promovendo o bem-comum, colocando a pessoa humana no centro.
Além disso, é preciso estar atento aos riscos da desumanização e da superficialidade. E buscar um equilíbrio entre a inovação tecnológica e a linguagem da Igreja.
Ou seja, é preciso observar alguns pilares antes de usar a IA na evangelização:
- Ética: A IA deve ser utilizada para o bem-comum e não para manipular ou explorar as pessoas. É preciso garantir que os algoritmos sejam transparentes e justos.
- Formação: É necessário formar os agentes de pastoral para que possam utilizar as ferramentas de IA de forma eficaz e evangelizadora.
- Humanização: A IA nunca deve substituir a relação pessoal e o acompanhamento espiritual. Então, a tecnologia deve ser utilizada como um instrumento a serviço da pessoa humana.
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O Papa Francisco e a IA na evangelização
O Papa Francisco sempre mostrou ser um homem à frente do seu tempo e aberto ao uso das tecnologias.
Contudo, não é por isso que ele deixa de fazer algumas ressalvas quando se trata do uso da IA na evangelização. E isso também fica evidente em sua mensagem para o 58º Dia Mundial da Comunicação.
“A informação – ele afirma – não pode ser separada da relação existencial: implica o corpo, o situar-se na realidade; pede para correlacionar não apenas dados, mas experiências; exige o rosto, o olhar, a compaixão e ainda a partilha”.
E ele reconhece: “A utilização da inteligência artificial poderá proporcionar um contributo positivo no âmbito da comunicação”. Porém, segundo ele, “se devolver a cada ser humano o papel de sujeito, com capacidade crítica, da própria comunicação”.
Porém, expressa: “De um lado, vemos assomar o espectro de uma nova escravidão, do outro uma conquista de liberdade; de um lado, a possibilidade de que uns poucos condicionem o pensamento de todos, do outro a possibilidade de que todos participem na elaboração do pensamento”.
E o Papa ainda nos apresenta alguns questionamentos a respeito da IA, entre elas: “Como garantir a transparência dos processos de informação?”. E “Como deixar claro se uma imagem ou um vídeo retrata um acontecimento ou o simula? Como evitar que as fontes se reduzam a uma só, a um pensamento único elaborado algoritmicamente? E, ao contrário, como promover um ambiente adequado para salvaguardar o pluralismo e representar a complexidade da realidade? Como podemos tornar sustentável este instrumento poderoso, caro e extremamente energívoro?”
E ainda expõe: “A resposta não está escrita; depende de nós”.
IA na evangelização pressupõe responsabilidade, e a Dominus quer te ajudar com isso
É inegável que a IA representa uma nova fronteira para a evangelização. E é certo que, ao utilizar essa tecnologia de forma responsável, é possível alcançar um número cada vez maior de pessoas.
Em síntese, a IA na evangelização, quando utilizada com sabedoria e ética, pode ser uma poderosa ferramenta. Ela pode tornar a mensagem de Jesus Cristo mais relevante para o mundo contemporâneo.
E a Dominus preparou uma aula muito enriquecedora sobre isso. Mas o melhor é que você pode assistir gratuitamente. Como? Faça seu cadastro para fazer um teste grátis e procure pela aula: Como a inteligência artificial pode contribuir na evangelização.