Crescer em maturidade humana para servir na vida pastoral - Dominus Comunicação

Crescer em maturidade humana para servir na vida pastoral

Sem dúvidas você já deve ter ouvido falar sobre a maturidade humana, mas você já parou para pensar de onde vem esse termo?

E por incrível que pareça,  o termo maturidade não nasceu da psicologia, mas foi retirado da agricultura, do processo de amadurecer das frutas e legumes. 

A fruta quando está madura significa que ela está pronta! Encerrou-se o seu ciclo de desenvolvimento e agora ela já pode ser consumida.

Na psicologia popular, o termo ganhou um novo significado, dessa forma a maturidade significava chegar a vida adulta.

O conceito de maturidade evoluiu, e hoje, uma pessoa madura é aquela que está integrada nas suas mais diversas dimensões, como física, biológica, cognitiva, emocional e espiritual.  

Todo esse contexto foi apresentado pelo Padre José Carlos Ferreira da Silva, que além de sacerdote da Diocese de Cachoeiro de Itapemirim, é jornalista e psicólogo, e encerrou o ciclo de palestras no Evangelizar Summit.

Então, se você também deseja aprofundar-se nesse tema tão necessário, leia esse post até o final! 

 

Maturidade HUMANA

 

Dentro do âmbito religioso, muitas vezes,  nos focamos em crescer na vida espiritual, em dedicar-se bem a cada coisa, fazendo diversos sacrifícios, mas podemos nos esquecer que nessa jornada terrena, em primeiro lugar, somos humanos! 

Até porque a santidade não acontece fora de nossa humanidade, por isso, Deus ao nos dar os mandamentos proclamou que sete deles se referiram ao nosso relacionamento com o outro.

“O grande perigo do nosso tempo é não sermos humanos!

O próprio Deus se fez humano, se encarnou em Jesus Cristo para nos mostrar que a humanidade é importante!”  – Disse Pe. José Carlos, em sua palestra.

Assim, podemos enxergar que Deus escolhe pessoas frágeis para cuidar dos fragilizados! Lideranças, sacerdotes, religiosos e religiosas também são humanos, pessoas que têm as suas fraquezas, mas são chamados a cuidar de outros fracos. 

 

Mas, por onde começar?

 

Quando tomamos consciência das críticas que as pessoas nos fazem, e aceitamos o fato de que somos seres passíveis de erro, assim como todo mundo, é hora de reflexão e dar passos concretos de amadurecimento. 

O processo de maturidade dura à vida toda, pois a pessoa humana nunca é completamente amadurecida. Mas podemos caminhar com atitudes concretas de busca da maturidade. Para isso, 3 práticas nos ajudam muito nessa jornada, são elas: 

Leia também: A inteligência emocional na vivência pastoral

 

  • A autoanálise 

 

A maturidade humana é fruto do reconhecimento e aceitação serena da verdade objetiva a respeito de si mesmo. Por este motivo, o ponto de partida é olharmos para nós mesmos!

Aqui vale a reflexão: Eu, de fato, cuido das outras pessoas para que, ou para quem? Qual é a minha motivação ao cuidar do rebanho que me foi confiado?  Eu estou onde estou para preencher uma necessidade pessoal ou uma necessidade do outro? 

Antonio Gramsci, filósofo italiano, dizia que existem 2 tipos de liderança:

  • O líder que tem necessidade pessoal de ser líder;
  • E o líder que as pessoas têm necessidade que ele seja líder! – esse é o verdadeiro líder!

Um bom exemplo disso, são aquelas pessoas que passam o dia todo na Igreja, assumindo mil funções, mas para fugir das situações em casa, problemas com o marido, com a esposa, os filhos… essa é uma necessidade da pessoa e não de Deus! 

O exercício da prática pastoral não deve ser para nós uma fuga!

Por isso, é tão necessário fazer uma autoanálise, profunda e verdadeira, sobre as nossas verdadeiras motivações e o que realmente Deus nos pede: Deus me chama a essa liderança?

 

  • A autocrítica

 

Mesmo que esse termo pareça carregar uma conotação negativa, na verdade é um passo muito importante no processo de amadurecimento.  

A autocrítica aqui, nada tem a ver com escolher se criticar negativamente de propósito, de forma pejorativa ou destrutiva. 

Nesse contexto, a autocrítica está relacionada a uma autoavaliação, à luz da verdade e do Espírito Santo. É  a atitude reflexiva de reconhecer qualidades e defeitos, bem como de identificar erros e acertos cometidos nos diversos contextos em que estamos inseridos. 

Como estamos falando do ambiente pastoral, uma autocrítica relevante nos convida a pensar:  “Eu tenho cuidado das pessoas como Deus quer?” “Tenho feito a vontade de Deus em obras e atitudes”? Ou então estou buscando fazer “o que eu quero como quero?”

 

  • A autoreflexão 

 

Reflexão significa aquele que dobra, então a auto reflexão determina alguém que dobra-se em si mesmo. Em outras palavras, é uma pessoa que tem uma facilidade de ser flexível, em olhar para si mesma!  

A autoreflexão, portanto, é olhar para dentro de si, para suas atitudes cotidianas que possam ou não ter afetado o outro, olhar cada uma delas com paciência e profundidade. 

Identifique, primeiramente, o porquê de você ter evitado, por tanto tempo, esse momento de autorreflexão sobre os seus erros, e o que te afasta tanto dessa prática.

Uma vez mapeado o seu desconforto, é hora de trabalhá-lo! Você pode trazer algumas situações bem práticas durante esse processo e refletir sobre elas, então pergunte-se: 

“Por que eu fiz o que fiz? O que me levou a optar por essa atitude? Como ela afetou outras pessoas? O que eu poderia ter feito de diferente? Como posso melhorar minha conduta em um caso semelhante?”

Este é o caminho da Auto Reflexão! 

Confira: Como Formar os agentes pastorais para a missão

 

Amadurecimento 

 

Com os fatores de reflexão vimos anteriormente podemos entender melhor quando a psicologia nos diz que a maturidade refere-se ao desenvolvimento psicológico e emocional que ocorre ao longo da vida, então para sermos pessoas mais maduras, precisamos desenvolver capacidades para lidar eficazmente com:

  • Os desafios;
  • Tomadas de decisões responsáveis;
  • A manutenção de relacionamentos saudáveis.

 

Como vimos anteriormente, para chegar à maturidade cristã é preciso passar pelos caminhos da maturidade humana.

Então, podemos considerar uma pessoa humanamente madura aquela que é capaz de identificar e entender suas emoções e expor isso para o outro de forma clara e objetiva. 

Por isso, o  processo de maturidade inclui:

  • Autoconhecimento;
  • Integração de experiências;
  • Habilidade de enfrentar as demandas da vida de maneira equilibrada.

Vale a pena recordar que a maturidade não é um estado estático, afinal amadurecer é um processo de constante crescimento, que envolve coragem física, emocional e espiritual. 

E não podemos esquecer que antes de cuidar dos outros, precisamos superar o desafio de comandar e liderar a nós mesmos.

Por isso, em nosso itinerário pastoral devemos estabelecer como objetivo, não a maturidade, mas o amadurecimento contínuo! 

 

Você pode ver essa palestra completa, e também outras temáticas do Evangelizar Summit, acessando aqui. 

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